quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A “Imprensa” de todo dia - artigo de Júnior Silva


A “Imprensa” de todo dia
Júnior Silva

"Como vivemos em um esquema meio “classe média”, não percebemos algumas coisas que estão ofuscadas pelo discurso da classe média branca que nos educa pela imprensa e pelas instituições formais de ensino."



Outro dia, conversando com um amigo pelo Facebook, ele dizia que os protestos de estudantes, ocorridos em junho, contra o aumento da passagem e precariedade do transporte público dos ES foi uma baderna que deixou a cidade desorganizada e que, se os estudantes queriam protestar contra alguma coisa não deveriam usar a violência. Provavelmente ele leu A Tribuna ou A Gazeta para formar essa opinião. Não me assustaria se fosse uma fala isolada, mas é recorrente na sociedade capixaba essa interpretação sobre os protestos.  Já que muitas pessoas têm paciência para aturar o fascismo do governo Casa Grande e da BME do Estado, também podem me aturar um pouco...!

Como vivemos em um esquema meio “classe média”, não percebemos algumas coisas que estão ofuscadas pelo discurso da classe média branca que nos educa pela imprensa e pelas instituições formais de ensino. Quem usou a violência física primeiro? Para além dos relatos da mídia do Estado, de quem o governo Casa Grande é o maior cliente e anunciante existe uma recorrente afirmação de que foi o BME quem deu início, a ponto do Henrique hersosfkoffff (secretário de in-justiça do Estado) ter admitido que não foi dele que partiu a decisão de usar força física, e pediu para haver uma investigação. Mas, discursos para apagar incêndios à parte, a desproporção de forças é inegável. Se a ação do BME foi legítima, por que o cerceamento da liberdade de imprensa neste caso. Vide os seguintes artigos:



Por que o BME prendeu um vendedor de pastel, um funcionário da Odebrecht e um estagiário do Senac?

Para os que estão reclamando que ficaram presos no trânsito de Vitória e tiveram seu direito de "ir e vir" cerceado, realmente isso é uma situação atípica, que quase não se vê na Grande Vitória, realmente isso deve ser culpa das manifestações... (ironia) Será que isso não está relacionado a qualidade do transporte público que temos, motivo do protesto. O direito de ir e vir é cerceado por quem? Pelos estudantes, que não é sempre, mas conseguem sair da inércia das baladas sexo, drogas e micaretas, para fazer o trabalho sujo que pode favorecer toda a sociedade, ou o Estado, que desde a gestão Paulo Hartung vem se escondendo atrás dos discurso de que os royalties do petróleo vão salvar o Estado...  o maior engôdo político do Brasil, com mais de 70% dos votos.
A pouco tempo ouvi um amigo criticar o fato dos estudantes terem liberado as cancelas da terceira ponte durante o protesto...ele deveria era questionar por que ainda pagamos pedágio , já que é "no mínimo estranho" que estejamos pagando esta ponte ainda, um questionamento que no meu olhar é mais relevante socialmente do que o ar condicionado que foi destruído... que aliás já está mais do que pago.
Em fim, são alguns questionamentos para nos ajudar a ir além do feicebuqui...
Os paus e as pedras são apenas os sintomas da doença...!