A “Imprensa” de todo dia
Júnior Silva
"Como vivemos em um esquema meio “classe média”, não percebemos algumas coisas que estão ofuscadas pelo discurso da classe média branca que nos educa pela imprensa e pelas instituições formais de ensino."
Outro dia,
conversando com um amigo pelo Facebook, ele dizia que os protestos de
estudantes, ocorridos em junho, contra o aumento da passagem e precariedade do
transporte público dos ES foi uma baderna que deixou a cidade desorganizada e
que, se os estudantes queriam protestar contra alguma coisa não deveriam usar a
violência. Provavelmente ele leu A Tribuna ou A Gazeta para formar essa
opinião. Não me assustaria se fosse uma fala isolada, mas é recorrente na
sociedade capixaba essa interpretação sobre os protestos. Já que muitas pessoas têm paciência para
aturar o fascismo do governo Casa Grande e da BME do Estado, também podem me
aturar um pouco...!
Como vivemos em
um esquema meio “classe média”, não percebemos algumas coisas que estão
ofuscadas pelo discurso da classe média branca que nos educa pela imprensa e
pelas instituições formais de ensino. Quem usou a violência física primeiro?
Para além dos relatos da mídia do Estado, de quem o governo Casa Grande é o maior
cliente e anunciante existe uma recorrente afirmação de que foi o BME quem deu
início, a ponto do Henrique hersosfkoffff (secretário de in-justiça do Estado) ter
admitido que não foi dele que partiu a decisão de usar força física, e pediu
para haver uma investigação. Mas, discursos para apagar incêndios à parte, a
desproporção de forças é inegável. Se a ação do BME foi legítima, por que o
cerceamento da liberdade de imprensa neste caso. Vide os seguintes artigos:
- http://www.facebook.com/notes/t%C3%A1ssio-ventorin/nota-de-esclarecimento-sobre-minha-pris%C3%A3o-t%C3%A1ssio-ventorin/191020320950972,
- http://www.seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=11422.
Por que o BME prendeu
um vendedor de pastel, um funcionário da Odebrecht e um estagiário do Senac?
Para os que
estão reclamando que ficaram presos no trânsito de Vitória e tiveram seu
direito de "ir e vir" cerceado, realmente isso é uma situação
atípica, que quase não se vê na Grande Vitória, realmente isso deve ser culpa
das manifestações... (ironia) Será que isso não está relacionado a qualidade do
transporte público que temos, motivo do protesto. O direito de ir e vir é
cerceado por quem? Pelos estudantes, que não é sempre, mas conseguem sair da
inércia das baladas sexo, drogas e micaretas, para fazer o trabalho sujo que
pode favorecer toda a sociedade, ou o Estado, que desde a gestão Paulo Hartung
vem se escondendo atrás dos discurso de que os royalties do petróleo vão salvar
o Estado... o maior engôdo político do
Brasil, com mais de 70% dos votos.
A pouco tempo
ouvi um amigo criticar o fato dos estudantes terem liberado as cancelas da
terceira ponte durante o protesto...ele deveria era questionar por que ainda
pagamos pedágio , já que é "no mínimo estranho" que estejamos pagando
esta ponte ainda, um questionamento que no meu olhar é mais relevante
socialmente do que o ar condicionado que foi destruído... que aliás já está
mais do que pago.
Em fim, são
alguns questionamentos para nos ajudar a ir além do feicebuqui...
Os
paus e as pedras são apenas os sintomas da doença...!