domingo, 4 de outubro de 2009

A calçada, o fim de tarde

A calçada, o fim de tarde, a conversa, a amizade Tudo se mistura, tudo se refaz O território sagrado da gelada que alivia, que abastece, que esquece... que a alma agradece! Perseguindo a alegria, atravesso os meus dias Trabalho, me arrisco, mas não perco a fantasia Tem dias que me arrasto, em outros me atropelo Na ternura dos seus olhos... eu me recupero! A Calçada - júnior Silva -




Pra Morrer



Para não morrer quando chegar aos trinta e cinco
Precisei matar aos trinta e dois



- Júnior Silva -





Ilustração: Angústia - Júnior Silva, 2006

“Agora você vê as coisas claramente.
Vê todas essas vidas emprestadas...
Vozes emprestadas.
Milli Vanilli por toda parte.
Você olha para as coisas que não pode comprar.
Agora você nem quer comprar.
As coisas que ainda estarão aqui depois que você se for.
Quando você morrer.
Aí, você se dá conta de que todas as coisas nas vitrines brilhantes...
Todos os modelos dos catálogos...
Todas as cores, as ofertas especiais...
As ‘receitas’ da televisão
Aquele monte de comida gosdurosa...
Tudo está lá para nos afastar da morte.
E não funciona.”

Trecho do filme “Minha Vida Sem Mim”, de Isabel Coixet